Final do Festival de Música Estudantil homenageia Teixeira e Souza e emociona o público

A Secretaria de Cultura de Cabo Frio, em parceria com a Secretaria de Educação, realizou, na última quarta-feira, dia 15 de julho, no Teatro Municipal, a final do Festival Estudantil de Música de Cabo Frio, que movimentou pais, alunos, professores e diretores de várias escolas da rede municipal de ensino.

O festival, que faz parte das comemorações ao Ano Teixeira e Souza, foi criado paragerar a descoberta de novos talentos e oferecer aos alunos uma oportunidade de expressar, de forma criativa, o conhecimento sobre o autor cabofriense. O tema das composições apresentadas foi “Vida e Obra de Teixeira e Souza”.

Os primeiros colocados foram as alunas Caroline Rocha e Ana Beatriz Ferreira, da Escola Municipal Márcia Francisconi, que receberam como prêmio R$ 500 e troféus pela composição “Sonhos de amor”.

Em segundo lugar, o Trio "JL2", comandados pelo aluno Leandro Veloso, da Escola Municipal Rui Barbosa, recebeu R$ 250 e troféus pela composição “Teixeira e Souza, um exemplo de vida”.

Já o terceiro colcoado ficou com os alunos da Escola Agrícola Municipal Nilo Batista com a composição “O Poeta”, que receberam R$ 150 e troféus. O aluno e vocalista James Antunes recebeu o prêmio, representando todo o grupo.

O aluno Mateus Damasceno, da Escola Municipal Edith Castro, que tocou bateria na apresentação de seu grupo, recebeu o prêmio na categoria revelação; a aluna Tainá Souza, da Escola Municipal Luis Lindemberg, recebeu o prêmio de melhor intérprete; o aluno Leandro Veloso, da Escola Municipal Rui Barbosa, recebeu o prêmio de melhor instrumentista e as alunas Ana Beatriz Ferreira e Caroline Rocha, da Escola Márcia Francisconi, levaram o prêmio na categoria melhor letra.

Participaram como jurados o cantor Oswaldo Guimarães; o músico e professor de História Rogério Carvalho; o compositor Jorge Campos, o ator e diretor José Antônio Mendes e Maurício Durão.

O Secretário de Cultura de Cabo Frio, Guilherme Guaral, foi um dos apresentadores do evento e se mostrou animado com o público:

- Estamos vendo estudantes de várias escolas e pessoas de todos os seguimentos da cidade. É a prova de que a parceria entre Secretarias e o trabalho organizado pode fomentar cultura, especialmente entre a juventude - disse.

O ator Vinicius Canisso, que visitou mais de 30 escolas municipais ao longo dos últimos meses, caracterizado como o escritor Teixeira e Souza, também esteve presente e parabenizou a iniciativa das secretarias de Cultura e de Educação e incentivou os alunos a não desistirem de seus ideais diante das dificuldades:

- Conhecer a vida e a obra de Teixeira de Souza, além de ser um privilégio, é uma obrigação nossa. Teixeira e Souza foi o pai do romance brasileiro e hoje sua vida e seu legado são traduzidos através da arte e do sentimento de cada um que está aqui. Como ele, nós também precisamos nos manter fortes diante das dificuldades. A coragem, o talento e a dedicação são impagáveis. Parabéns a cada um de vocês – finalizou.

A vice-prefeita de Cabo Frio, Delma Jardim, que participou da entrega dos prêmios, elogiou a iniciativa:

- Se eu não estivesse aqui, teria perdido esse evento! Foi um acontecimento essa parceria da secretaria de Cultura com a secretaria de Educação. Todos os alunos que participaram são muito talentosos; e não podemos esquecer que o maior prêmio é participar – afirmou.

Adaptado do texto de Viviane Rocha
FOTOS: MARCONI CASTRO

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NESTA QUARTA-FEIRA: Final do Festival Estudantil de Música

Nesta quarta-feira, dia 15, às 18h, acontece no Teatro Municipal de Cabo Frio a grande final do Festival Estudantil de Música, parte da comemoração do Ano Teixeira e Souza, cujo tema é a vida e a obra do próprio escritor.

Parceria entre as Secretarias de Cultura e de Educação, o Festival conta com a participação dos alunos da rede municipal e da rede estadual de ensino, onde cada unidade participa com a inscrição de apenas uma canção, escolhida pelo corpo docente e discente, em eliminatórias internas.

Os três primeiros colocados receberão premiação em dinheiro e troféus, e o melhor intérprete também será premiado por sua desenvoltura e talento.

Todos são convidados para este grande evento, com entrada gratuita e muita cultura disponível para todos.

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Comemorações ao “Ano Teixeira e Souza” seguem com Festival de Música Estudantil

A Secretaria de Cultura de Cabo Frio realizou, durante o primeiro semestre de 2009, o projeto de visitas do ator Vinicius Canisso, caracterizado como o escritor cabofriense Antonio Gonçalves Teixeira e Souza, a mais de 30 escolas municipais da cidade. As visitas começaram em março, na semana em que se comemora o nascimento do autor, e seguiram até a primeira semana de julho.
Durante cada visita, o ator Vinicius Canisso, caracterizado com roupas de época, fez uma pequena apresentação sobre a vida do escritor, que nasceu em Cabo Frio e escreveu o romance “O Filho do Pescador”, reconhecido como o primeiro romance brasileiro editado no País. O ator levou às crianças dos ensinos básico e fundamental, tanto no Primeiro quando no Segundo Distrito, informações como as origens do escritor, suas experiências de vida, vivências em família e considerou o exemplo de Teixeira e Souza, que veio de família humilde e trabalhou muito, encontrando seu talento na literatura.

Segundo Vinicius, o objetivo era aproximar Teixeira e Souza do imaginário dos alunos, além de levar, é claro, um pouco da história do escritor, tendo como pano de fundo o município de Cabo Frio no século XIX.

– Em cada apresentação, eu repassava às crianças dados curiosos sobre a vida do autor, que humanizam a figura dele e o aproximam da realidade delas. Além de escrever, Teixeira e Souza foi também carpinteiro e professor primário, teve seis filhos e enfrentou muito preconceito racial por ser mulato. Nesse contexto, foi mais fácil a abordagem da questão do conflito racial no País. Como alguém que esteve à frente do seu tempo, ele foi um exemplo de como desempenhar bem um trabalho mesmo dispondo de poucos recursos - afirma o ator.

O desenvolvimento do hábito da leitura foi constantemente incentivado em cada visita às escolas.
– A leitura é uma ferramenta que diferencia, é um sinal de “esperteza”, uma forma de sobrevivência no trabalho - diz Vinicius.

Os projetos educacionais e culturais não param por aí. A Secretaria de Cultura, em parceria com a Secretaria de Educação, está realizando, neste mês, o Festival Estudantil de Música, que conta com a participação dos alunos da rede municipal e da rede estadual de ensino. O Festival também faz parte das comemorações do Ano Teixeira e Souza, e as composições feitas pelos alunos devem abordar o tema. Cada unidade de ensino participa com a inscrição de apenas uma canção, que será escolhida pelo corpo docente e discente, em eliminatórias internas.

A final do Festival será realizada no dia 15 de julho, no Teatro Municipal. Os três primeiros colocados receberão premiação em dinheiro e troféus, e o melhor intérprete também será premiado por sua desenvoltura e talento.

Viviane Rocha

Dando continuidade ao “Ano Teixeira e Souza”, o ator Vinícius Canisso, caracterizado como o escritor cabofriense e autor do primeiro romance brasileiro, encerra amanhã, dia primeiro de julho, a série de visitas às escolas municipais de Cabo Frio.

As visitas tiveram início durante as comemorações da Semana Teixeira e Souza, no mês de março, e seguiram neste mês de junho. Nesta quarta-feira, serão 20 escolas visitadas pelo ator Vinícius Canisso

Canisso fará uma pequena apresentação da vida do escritor, mulato, que nasceu em Cabo Frio e ficou imortalizado com a obra “O Filho do Pescador”, considerado o primeiro romance editado no Brasil, nas escolas listadas abaixo:

Escola Municipal Rui Barbosa – Centro - 9h

Escola Municipal Domingos Gouveia – Portinho – 9h50

Escola Municipal do Braga – Braga – 10h40

Escola Municipal Paulo Burle – Jardim Caiçara – 11h10

Viviane Teixeira

Reuniões da Comissã Editorial Teixeira e Souza seguem a todo vapor

As reuniões da Comissão Editorial Teixeira e Souza, uma das principais ações do Ano Teixeira e Souza, continuam a todo vapor. O objetivo da ação é estudar e organizar obras do escritor que possam ser publicadas já no ano de 2010, a fim de disseminar na cultura local o conhecimento sobre a vida e os trabalhos do primeiro romancista brasileiro, filho de Cabo Frio. A Comissão, composta pelo escritor e Secretário de Comunicação Social da prefeitura, José Correia; o Secretário Municipal de Cultura, Guilherme Guaral; o ator e diretor Ítalo Luiz Moreira; a superintendente da Igualdade Racial, Margareth Ferreira e o presidente da Academia Cabofriense de Letras, Demócrito Jonathas de Azevedo, terá suas próximas reuniões nas seguintes datas: 6 de julho, 10 de agosto,14 de setembro,26 de outubro e 16 de novembro.


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Personagem de Teixeira e Souza visita escolas em Tamoios

Dando continuidade ao “Ano Teixeira e Souza”, o ator Vinícius Canisso, caracterizado como o escritor cabofriense e autor do primeiro romance brasileiro, visita hoje, dia 24 de junho, sete escolas no 2º Distrito do município.

O ator faz uma pequena apresentação da vida do escritor, mulato, que nasceu em Cabo Frio e ficou imortalizado com a obra “O Filho do Pescador”, considerado o primeiro romance editado no Brasil.

Abaixo, a lista de escolas que serão visitadas por Teixeira e Souza:



· NILO BATISTA - Rodovia Amaral Peixoto Km 120 - Campos Novos



· FRANCISCA NAZARETH DE SOUZA - Rodovia Amaral Peixoto, Km 129 – Campos Novos



· JOÃO EVANGELISTA DOS SANTOS - Rod. Amaral Peixoto– km 120 - Botafogo – 2º Distrito



· AMÉLIA FERREIRA - Rod. Amaral Peixoto Km 133 – Unamar



· MARLI CAPP (Centro Educacional Municipal Profª) - Rua E, 20 Q. 15- Unamar



· PALMIRA BESSA DE FIGUEIREDO - Rua 11 – Quadra 38 Lotes 9 e 10 - Loteamento Santa Margarida



· Profª WANDA PEREIRA ROQUE - Rua dos Marimbás, s/nº - Samburá



Viviane Teixeira







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ARTIGO: TEIXEIRA E SOUZA - O primeiro Romancista Brasileiro

por Sérgio Caldieri *


Antonio Gonçalves Teixeira e Souza escreveu o primeiro romance brasileiro em Cabo Frio, em 1843, e sua obra continua sendo desconhecida pelos brasileiros. O presidente da Academia Cabofriense de Letras, Demócrito Janathas Azevedo, Justo de Carvalho, Abdias do Nascimento, Antonio Olinto, Barbosa Lima Sobrinho, Arthur Poemer, fundaram no MIS, a Comissão Para o Reconhecimento Nacional da Obra de Teixeira e Souza, para que o escritor não continue no esquecimento da memória dos estudantes e professores de literatura.

O primeiro livro de Teixeira e Souza, “O Filho do Pescador”, escrito em 1843, aos 31 anos de idade, foi considerado uma obra com características de folhetim, mas tornou-se uma boa fonte de inspiração mais tarde para Machado de Assis e Lima Barreto, que por coincidência eram mulatos.

Teixeira e Souza criticava os costumes da época e deveria incomodar os poderosos. No livro “Tardes de um Pintor”, escrito em 1844, tocava nas feridas que até o momento não mudou nada depois de 150 anos:

Lamentavelmente, a obra de Teixeira e Souza não foi reeditada, mas ainda há tempo para os editores recuperarem os livros do autor como “A Independência do Brasil” - 1847-1955; “A Providencia” - 1854 e “As Fatalidades de dois Jovens” –1856

O historiador Dalmo Barreto membro do IHGB, sempre muito preocupado com as obras dos escritores esquecidos, achou oportuna a formação da Comissão para o Reconhecimento da Obra de Teixeira e Souza. Ele acha que é uma questão de honra que o brasileiro tome conhecimento dos seus livros, pois todos os seus temas são agradáveis de serem relidos, principalmente a obra “Tardes de um Pintor”.

Dalmo Barreto acha que em qualquer gênero literário existem os bons, os regulares, os medíocres e as sumidades, inclusive entre os críticos. Mas saber não é o bastante - a importante é compreender. Por mais atilado que seja o hiper-crítico não deve esquecer que a verdade não é monopólio seu e ela nem sempre está do seu lado.

Teixeira e Souza é considerado por Dalmo Barreto uma vítima da crítica impiedosa, como suas obras não foram reeditadas, elas ficaram conhecidas somente pelos seus contemporâneos. O povo que tem sede de leitura não pôde conhecer sua obra, pois seus livros não chegaram ao públicos nos últimos 100 anos.

Segundo Ronald de Carvalho, Teixeira e Souza deixou nas suas obras mais intenções que realizações. E digno de notar sua apreciação quando afirma que trabalhou valentemente a prosa e o verso, escrevendo dramas, poemas e novelas, com exuberância incrível num homem quase analfabeto, sem grandes recursos de estilo e cultura. Sobre o prosador diz que Teixeira e Souza, com “O filho do Pescador”, “As Tardes de um Pintor”. Conspiração de Tiradentes delineou os fundamentos do romance popular, descritivo e histórico.

O escritor Afrânio Coutinho acha que “é necessário por justiça, acrescentar dois outros aspectos importantes na ficção de Teixeira e Souza. Em primeiro lugar, o fato de ter incluído no romance “A Providência” episódio cuja ação transcorre no Oriente, o que parece significar uma tentativa de atender à tendência bastante acentuada no romantismo europeu, o exotismo, que entre nós não vingou, apesar dessa tentativa e a de outros autores, como Alencar.

O médico e acadêmico Demócrito Jonathas Azevedo considerou que Machado de Assis, pôde viver mais (Teixeira e Souza morreu aos 49 anos de idade e tuberculose) e assim realizar o seu amadurecimento progressivo, desenvolvendo recursos técnicos e estilísticos, os quais atingiriam a perfeição a partir de “Memórias de Brás Cubas” e “Histórias sem data”. Faltou, portanto, a Teixeira e Souza mais tempo de vida, o que lhe permitiria certamente o aprimoramento de estilo.

José Veríssimo disse que "não é, porém, como poeta que Teixeira e Souza tem lugar nesta geração e nesta história, mas como o primeiro escritor brasileiro de romance, portanto, o criador do gênero aqui".

Pedro Calmon achava que é hora de reavaliarmos a obra deste cabofriense ilustre, reeditando-a e fazendo-a presente nas escolas.

O presidente da Academia Fluminense de Letras, Edmo Rodrigues Lutterbach, disse que lamenta a falta de conhecimento da obra de Teixeira e Souza, que é patrono da cadeira nº 27 da A.F.L. Teixeira e Souza escreveu uma vastíssima obra literária com menos de meio século de vida. Espero com ansiedade uma reedição de suas 16 obras, desse extraordinário fluminense de Cabo Frio, considerado o fundador do romance popular no Brasil".

O jornalista e membro do Conselho Estadual de Cultura, Cursino Raposo, achou que é realmente necessário o lançamento das obras de Teixeira e Souza, o pioneiro da ficção no Brasil, que não deve ser esquecido, "Numa conversa com Edmundo Moniz e Darcy Ribeiro, na nossa primeira gestão na Secretaria Estadual de Cultura, estudamos a possibilidade de reeditar livros com os clássicos da literatura brasileira, em que estaria incluído Teixeira e Souza", Cursino Raposo acha que se deveria recriar o Instituto Estadual do Livro do Rio de janeiro para dar oportunidade à reedição de obras que não interessam aos atuais editores. Mas, Raposo disse que ficou satisfeito de conseguir reeditar “A Confederação dos Tamoios”, depois de 140 anos de atraso.

* Jornalista e Membro do Cenáculo Brasileiro de Letras e Artes e Academia Nacional de Letras e Artes

Personagem de Teixeira e Souza reinicia visita às escolas

O ator Vinícius Caniço volta a visitar as escolas municipais de Cabo Frio interpretando o escritor Teixeira e Souza. As visitas foram iniciadas durante a “Semana Teixeira e Souza” e recomeçam neste mês dando continuidade ao projeto do “Ano Teixeira e Souza em Cabo Frio”.

As primeiras visitas aconteceram no dia 20 de maio, pela manhã, nas escolas Antônio da Cunha Azevedo, na Passagem; Escola Municipal João Bessa Teixeira, no bairro União; Escola Municipal João Rocha, na Vila Nova e Escola Municipal Domingos Gouvêa, no Portinho. Em seguida, durante todas as quartas-feiras, o ator visita 16 escolas no Centro, Vila Nova, Jardim Caiçara, Praia do Siqueira, São Cristóvão e Jardim Esperança.

Abaixo a sequência das visitas:

27/05: Escola Municipal Prof. Edilson Duarte, no Jardim Caiçara; Escola Municipal Alfredo Castro, no Jardim Caiçara; Escola Municipal Américo Vespúcio, no Parque Burle e Escola Municipal Santos Anjos Custódios, na Praia do Siqueira.

03/06: Escola Municipal Profª Tânia Maria Gomes de Ávila, Univ. Estácio de Sá; Escola Municipal Luis Lindenberg, em São Cristóvão, Escola Municipal Maestro Rui Capdeville, no Jardim Nautilus e Escola Municipal São Cristóvão, em São Cristóvão.

10/06: Escola Municipal Profª. Talita Hernandes Pereló, no Jardim Esperança; Escola Municipal Maria Daria Saldanha, no Jardim Esperança; Escola Municipal Profª. Elza Maria Bernardo, no Jardim Esperança e Escola Municipal Vereador Leaquim Schuindt, também no Jardim Esperança.


Viviane Teixeira

aconteceu - Teixeira e Souza na Academia Brasileira de Letras

No dia 15 de abril, o mais ilustre escritor cabo-friense, e autor do primeiro romance brasileiro, Antônio Gonçalves Teixeira e Souza, representado pelo ator Vinícius Canisso, visitou a Academia Brasileira de Letras, no Rio, casa de Machado de Assis e de grandes imortais da literatura do Brasil. A visita aconteceu em função de uma mesa redonda proposta pela Academia Cabo-friense de Letras.

Fizeram parte da mesa, que contou com a Presidência de Honra do Acadêmico e poeta Ivan Junqueira e Presidência Executiva do Professor Leodegário de Azevedo Filho (ABRAFIL, UERJ e UFRJ), Demócrito Jonathas de Azevedo, presidente da Academia Cabo-friense de Letras (ACL), o também acadêmico Domício Proença Filho, o professor e integrante da ACL, Carlos Alberto Sepúlveda e Nei Lopes, escritor e compositor.

O acadêmico e presidente da mesa, Ivan Junqueira, abriu o evento destacando a importância de tornar Teixeira e Souza mais conhecido: “Estamos hoje aqui para relembrar esse ilustre desconhecido. Se perguntarmos a muitos brasileiros quem foi Teixeira e Souza, não vão saber falar sobre esse escritor fantástico, cabo-friense, que comemora o seu bi-centenário em 2012”.

O também acadêmico Domício Proença falou sobre “O Filho do Pescador”, livro lançado em 1842 e considerado o primeiro romance brasileiro: “É um folhetim que se passa no Rio de Janeiro, mais especificamente em Copacabana. Considerado moderno para a época, trata de traição e de quase um incesto. Também possui em seu conteúdo mistério, fatalidade e suspense. Teixeira e Souza faz, no livro, comentários sobre as ações dos personagens, estilo característico de Machado de Assis”, destacou.

O acadêmico também relacionou o escritor cabo-friense a outros escritores brasileiros pioneiros: “ ‘O Filho do Pescador’ não fica tão distante dos primeiros romances de José de Alencar, nem mesmo de ‘A Moreninha’, de Joaquim Manuel de Macedo, que inicialmente era considerado o primeiro romance brasileiro, mas deu lugar ao livro de Teixeira e Souza, com todo mérito ao escritor de Cabo Frio”.

Presidente da ACL, Demócrito Jonathas de Azevedo falou sobre o pioneirismo de Teixeira e Souza: “Ele tratou das tragédias, de inclusão do índio em romances, introduziu o regionalismo, o diálogo com o leitor, a consciência ecológica em seus livros, a força da mulher, a técnica do ‘flashback’ (voltar ao passado), além de ser o primeiro a falar sobre Copacabana”, destacou.

O professor Carlos Sepúlveda falou sobre o preconceito vivido por Teixeira e Souza e também atribuído a sua obra, “era um escritor mulato e pobre”, disse, lembrando, entretanto, da importância do autor: “ele foi ousado por escrever e publicar um livro em 1842”.

O escritor e compositor Nei Lopes citou a importância da recuperação do nome de Teixeira e Souza em Cabo Frio: “O nome dele foi recuperado graças ao ativismo negro de Cabo Frio, iniciado na década de 80”, disse Lopes, destacando também a amizade entre Teixeira e Souza e o editor, também mulato, Francisco de Paula Britto, tipógrafo que empregou Teixeira e Souza quando o escritor se mudou para o Rio e publicou oficialmente “O Filho do Pescador”.

Ao final do evento, que contou com a presença do coordenador de Cultura de Cabo Frio, Guilherme Guaral, o grupo “Apanhei-te Cavaquinho” fez uma pequena apresentação para o público seleto de pouco mais de 30 pessoas.

Documentário – O ator e diretor Guilherme Guaral está produzindo um documentário sobre a vida de Teixeira e Souza. O documentário faz parte das comemorações do “Ano Teixeira e Souza”. Ontem, no Rio, foram feitas filmagens com o ator Vinícius Canisso na Praia de Copacabana, local que inspirou o escritor cabo-friense a escrever “O Filho do Pescador”. O documentário começa a ser exibido nas escolas no mês de maio, mas, de acordo com Guaral, deve ser exibido ao grande público no mês de setembro, durante o Curta Cabo Frio.

Viviane Teixeira

Semana Teixeira e Souza: Comissão Editorial é formada

Fazer com que as obras do escritor Teixeira e Souza e o seu pioneirismo na literatura brasileira se tornem mais conhecidos e populares. Essa é a principal missão da Comissão Editorial do Ano Teixeira e Souza, instituída ontem à noite, dia 23 de março, no Teatro Municipal de Cabo Frio.

Para dar vida à Comissão, foram chamados o escritor e coordenador de Comunicação Social da cidade, José Correia; o coordenador municipal de Cultura, Guilherme Guaral; o ator e diretor Ítalo Luiz Moreira; a superintendente da Igualdade Racial, Margareth Ferreira e o presidente da Academia Cabo-friense de Letras, Demócrito Jonathas de Azevedo.

Abrindo o evento, que faz parte das atividades da 19ª edição da Semana Teixeira e Souza, foi apresentado um vídeo com uma mesa-redonda realizada durante o “Congresso Internacional de Língua Portuguesa, Filosofia e Literaturas de Língua Portuguesa”, na qual estava presente o professor e pesquisador da língua portuguesa Domício Proença Filho, que exaltou Teixeira e Souza e sua importância na literatura brasileira.

Sobre a importância da formação da Comissão Editorial, o ator e diretor Ítalo Luiz Moreira falou da necessidade de tornar o escritor cabo-friense mais conhecido: “temos a missão de tirar Teixeira e Souza dessa invisibilidade literária”, afirmou, encerrando a sua fala com um trecho de um livro de sua autoria que será lançado em breve e fala sobre o escritor.

A superintendente da Igualdade Racial Margareth Ferreira falou sobre a necessidade de levar a história de Teixeira e Souza até as comunidades e atrair essas pessoas para os eventos que tratem de literatura: “Já se resgatou muito de Teixeira e Souza na Academia Cabo-friense de Letras, mas precisamos levá-lo até as escolas, o que será feito, e isso é incrível”, disse, lembrando as visitas do ator Vinícius Canisso a duas escolas municipais, agendadas para amanhã, dia 25. Margareth também destacou a importância da trajetória do escritor, mulato, e citou a força de sua mãe, “uma negra casada com um comerciante branco em uma época de grande racismo. Imagino que ela tenha sido muito forte.”

O professor e presidente da Academia Cabo-friense de Letras, Demócrito de Azevedo, falou sobre a realização, em abril ou maio, de uma mesa-redonda, na Academia Brasileira de Letras, sobre Teixeira e Souza. Falou também sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Academia local para valorizar o nome do escritor que, segundo ele, foi responsável por várias ações pioneiras, além de ser o primeiro autor de um romance brasileiro, “O Filho do Pescador”, no século XIX: “Teixeira e Souza foi, em uma comparação, o 14 Bis, depois vieram os boeings”, brincou o acadêmico, lembrando que até sobre o assunto em moda, a ecologia, o autor cabo-friense tratou em seus livros.

Presidente da Comissão Editorial, José Correia citou a necessidade da republicação dos livros de Teixeira e Souza, “só a cidade natal dele pode fazer isso”, destacou. “Estou convencido que essa Comissão é um passo a frente, principalmente porque hoje nós temos o interesse do governo municipal. Por isso, vamos dar para a nossa cidade, e para todo o Brasil, a obra reeditada desse cabo-friense que era um homem do mundo”.

Finalizando o evento, o coordenador municipal de Cultura, Guilherme Guaral, falou sobre a importância do encontro: “Queremos aqui buscar o orgulho de quem nasceu em Cabo Frio e despertar nas pessoas a importância de cuidar do que é nosso. O nosso papel é reverter a idéia do anonimato do Teixeira e Souza e para isso temos que ter apego às nossas raízes, mas lançar essas idéias para o futuro”, finalizou o coordenador, lembrando que a meta da comissão é reeditar, em 2010, duas obras do escritor.

Também estiveram presentes à cerimônia o secretário de Turismo e Cultura, Gustavo Beranger; o secretário municipal de Governo, Alfredo Barreto; a coordenadora municipal de Ciência e Tecnologia, Laura Barreto; a subsecretária de Cultura, Elza Maria Bernardo e o vereador Fernando do Comilão.

Confira a programação da Semana Teixeira e Souza 2009

23/03 – segunda-feira - Instituição da Comissão Editorial do Ano Teixeira e Souza que irá, ao longo desse ano, pesquisar e indicar três títulos do escritor para serem publicados em 2010. O presidente da Comissão é o Jornalista, escritor e coordenador de Comunicação de Cabo Frio José Correia, que presidirá a Primeira Noite literária. A cerimônia acontecerá no Teatro Municipal, às 19h.

25/03 – quarta-feira - Visita do ator Vinícius Canisso, representando o escritor, à Escola Municipal Teixeira e Souza e à Escola Padrão Achiles Barreto, às 10h.

26/03 – quinta-feira - Exibição do Vídeo “Jongos, Calangos e Folias: Música Negra, Memória e Poesia”, com direção das professoras de História de Pós-Graduação da UFF, Martha Abreu e Hebe Mattos. Após a exibição, haverá a palestra de Liliane Brito Nascimento, pesquisadora de Cultura Popular. O evento acontecerá na Biblioteca Municipal Professor Walter Nogueira, às 17h.

27/03 – sexta-feira - Apresentação de esquetes sobre a obra de Teixeira e Souza pelos alunos da rede municipal de ensino e pela professora Orminda Luz. Apresentação do “Coral da Vida” do Hospital da Mulher, com regência de Susiane Borges; do Coral “Canto Encanto”, com regência de Moisés Santos e do Projeto “Canalizasom” (instrumentos de PVC), de Tamoios, sob a direção do músico Johnny, às 19h, no Teatro Municipal. Nesta solenidade também serão anunciadas as atividades programadas para o “Ano Teixeira e Souza”, que prevê Concurso Literário, Festival de Música Estudantil, Festival Curta Cabo Frio, categoria estudantil, Cine Afro, entre outros.