Semana Teixeira e Souza: Comissão Editorial é formada

Fazer com que as obras do escritor Teixeira e Souza e o seu pioneirismo na literatura brasileira se tornem mais conhecidos e populares. Essa é a principal missão da Comissão Editorial do Ano Teixeira e Souza, instituída ontem à noite, dia 23 de março, no Teatro Municipal de Cabo Frio.

Para dar vida à Comissão, foram chamados o escritor e coordenador de Comunicação Social da cidade, José Correia; o coordenador municipal de Cultura, Guilherme Guaral; o ator e diretor Ítalo Luiz Moreira; a superintendente da Igualdade Racial, Margareth Ferreira e o presidente da Academia Cabo-friense de Letras, Demócrito Jonathas de Azevedo.

Abrindo o evento, que faz parte das atividades da 19ª edição da Semana Teixeira e Souza, foi apresentado um vídeo com uma mesa-redonda realizada durante o “Congresso Internacional de Língua Portuguesa, Filosofia e Literaturas de Língua Portuguesa”, na qual estava presente o professor e pesquisador da língua portuguesa Domício Proença Filho, que exaltou Teixeira e Souza e sua importância na literatura brasileira.

Sobre a importância da formação da Comissão Editorial, o ator e diretor Ítalo Luiz Moreira falou da necessidade de tornar o escritor cabo-friense mais conhecido: “temos a missão de tirar Teixeira e Souza dessa invisibilidade literária”, afirmou, encerrando a sua fala com um trecho de um livro de sua autoria que será lançado em breve e fala sobre o escritor.

A superintendente da Igualdade Racial Margareth Ferreira falou sobre a necessidade de levar a história de Teixeira e Souza até as comunidades e atrair essas pessoas para os eventos que tratem de literatura: “Já se resgatou muito de Teixeira e Souza na Academia Cabo-friense de Letras, mas precisamos levá-lo até as escolas, o que será feito, e isso é incrível”, disse, lembrando as visitas do ator Vinícius Canisso a duas escolas municipais, agendadas para amanhã, dia 25. Margareth também destacou a importância da trajetória do escritor, mulato, e citou a força de sua mãe, “uma negra casada com um comerciante branco em uma época de grande racismo. Imagino que ela tenha sido muito forte.”

O professor e presidente da Academia Cabo-friense de Letras, Demócrito de Azevedo, falou sobre a realização, em abril ou maio, de uma mesa-redonda, na Academia Brasileira de Letras, sobre Teixeira e Souza. Falou também sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Academia local para valorizar o nome do escritor que, segundo ele, foi responsável por várias ações pioneiras, além de ser o primeiro autor de um romance brasileiro, “O Filho do Pescador”, no século XIX: “Teixeira e Souza foi, em uma comparação, o 14 Bis, depois vieram os boeings”, brincou o acadêmico, lembrando que até sobre o assunto em moda, a ecologia, o autor cabo-friense tratou em seus livros.

Presidente da Comissão Editorial, José Correia citou a necessidade da republicação dos livros de Teixeira e Souza, “só a cidade natal dele pode fazer isso”, destacou. “Estou convencido que essa Comissão é um passo a frente, principalmente porque hoje nós temos o interesse do governo municipal. Por isso, vamos dar para a nossa cidade, e para todo o Brasil, a obra reeditada desse cabo-friense que era um homem do mundo”.

Finalizando o evento, o coordenador municipal de Cultura, Guilherme Guaral, falou sobre a importância do encontro: “Queremos aqui buscar o orgulho de quem nasceu em Cabo Frio e despertar nas pessoas a importância de cuidar do que é nosso. O nosso papel é reverter a idéia do anonimato do Teixeira e Souza e para isso temos que ter apego às nossas raízes, mas lançar essas idéias para o futuro”, finalizou o coordenador, lembrando que a meta da comissão é reeditar, em 2010, duas obras do escritor.

Também estiveram presentes à cerimônia o secretário de Turismo e Cultura, Gustavo Beranger; o secretário municipal de Governo, Alfredo Barreto; a coordenadora municipal de Ciência e Tecnologia, Laura Barreto; a subsecretária de Cultura, Elza Maria Bernardo e o vereador Fernando do Comilão.